Kahlil Gibran ensina através de uma bela parábola presente em O Vagabundo, obra de 1932, sobre os relacionamentos e aspectos da nossas vida que não são valorizados.
Em tempos, vivia entre as colinas
um homem que possuía uma estátua,
cinzelada por um antigo mestre.Estava à sua porta, de cara no chão,
sem que ele sequer reparasse nela.
Um dia, passou por aquela casa um homem da cidade,
um homem de conhecimento,
e, vendo a estátua,
perguntou ao dono se estaria disposto a vendê-la.O dono ríu e disse:
«E quem me quereria comprar essa pedra sem graça e suja?»
O homem da cidade respondeu:
«Dar-te-ei por ela esta moeda de prata.»
O outro homem ficou surpreso e satisfeito.
A estátua foi levada para a cidade, às costas de um elefante.Muitas luas depois,
O homem das colinas visitou a cidade,
e, enquanto andava pelas ruas,
víu uma multidão diante de uma loja,
e um homem que gritava:
«Entrai e contemplai a mais bela e maravilhosa estátua de todo o mundo.
São apenas duas moedas de prata para contemplar a obra-prima de um mestre!»Então, o homem das colinas pagou duas moedas de prata,
e entrou na loja para ver a estátua,
que ele próprio havia vendido
por uma só moeda de prata.
Quantas vezes o leitor se apercebeu em seus relacionamentos do valor que o seu companheiro(a) tem para si? E quantas vezes esse relacionamento foi menosprezado, em detrimento de aspectos que o leitor valorizou mais na sua vida – o emprego, a empresa, os negócios, os clientes, os filhos, as viagens, o ginásio, os seus hobbies, em suma, os seus interesses pessoais? Quando não valorizamos algo ou alguém em nossa vida, a tendência será perder esse algo ou alguém. Não porque não tenha valor mas porque não lhe démos valor. Na natureza, nada é desperdiçado. Tudo é valorizado de alguma maneira através de reciclagem, isto é, transformação.
Quando alguns clientes me perguntam pelo preço de uma terapia ou de um curso, por vezes, respondo: «O preço é definido pelo comerciante mas o valor é definido pelo cliente».
Algo será caro se não o usar e será extremamente barato se cumprir com o propósito e fôr colocado em prática.
A prosperidade como costumo explicar nos meus cursos e terapias é um estado de consciência. O leitor já é próspero se valoriza o que possui e, ao assim proceder, pela Lei da Sintonia ou atração, atrairá as pessoas, objetos e eventos que têm a mesma vibração do sentimento que estiver a emanar, aumentando ainda mais essa prosperidade.
Entende-se que a prosperidade comporta em si a ideia de contentamento e satisfação pessoal que, inexoravelmente, atrairão riqueza material, se esse for o objetivo do leitor, objetivo que só conseguirá se for feliz durante o caminho. Prosperidade implica felicidade, satisfação, contentamento e gratidão. Já a riqueza material implica apenas… riqueza material.
Assim, a prosperidade de uma pessoa pode durar além de uma passagem pela Terra e o leitor, caso a tenha conquistado, conservá-la-á enquanto estado de consciência na continuação da vida terrena. Já a riqueza material não o acompanhará para o túmulo.
Onde pretende colocar os seus investimentos? Na prosperidade ou na riqueza? A primeira, após conquistada, pode durar bem mais que o segunda, eventualmente, até para sempre. Todos os espíritos superiores, isto é, aqueles cuja evolução espiritual os libertou da roda da reencarnação, são prósperos e, no entanto, não dispõem de bitcoins, ouro, prata, depósitos bancários, títulos mobiliários, imóveis, veículos entre outros bens materiais.
Caso reencarnem, normalmente em missão, 2 ou 3 vezes por milénio, só não alcançam esses mesmos bens, não porque não possam, mas porque não lhes interessa. A nossa maior riqueza é a nossa transformação pessoal. Se o leitor tiver aprendido os princípios de prosperidade numa vida, poderá aplicá-los sempre que quiser em todas as vidas subsequentes, embora, muito provavelmente, pela própria evolução espiritual, a certa altura, deixarão de lhe interessar.
Não há problema em possuir bens materiais, contanto, que esses bens lhe confiram a liberdade vista das asas de um pássaro, e não a prisão do caracol que rasteja, atrelado à sua concha. Pode possuir mas não se apegue.