A Iniciação à Consciência da Alma ajuda o aluno do curso de Cura Ascensional a expandir a consciência da sua Alma e aumenta a probabilidade de ele experienciar, ainda que temporariamente, estados de puro amor em que quase se sente a flutuar do chão, inebriado da sensação de êxtase. É através da Alma que Deus experiencia o corpo físico.

O aumento da consciência da Alma ocorre faseadamente e a cada fase existe um influxo da energia da Alma na personalidade o que pode causar um certo desconforto ao ego que passa a resistir a esse influxo. Essa resistência é sentida pelo indivíduo como ansiedade. É da natureza do ego, identificar-se com tudo o que experiencia. O ego identifica-se com uma nacionalidade, um género, gostos musicais, uma coleção de memórias a que designa de passado, as suas roupas, as suas expressões linguísticas, sua caligrafia, o seu jeito de andar, de sorrir, de olhar, de cumprimentar, suas opiniões políticas, religiosas, filosóficas entre um oceano de outros atributos. De cada vez que há um influxo da energia da Alma sobre o ego, ele ressente-se pois teme deixar de existir.

Contudo, esse medo carece de razão de ser dado que a Alma “desce” para transformar o ego, não para o eliminar. Mesmo quando alguém atinge a Iluminação, essa pessoa não deixa de ter um ego dado que é o ego que nos diz onde termina o “eu” e começa tudo o resto. Os mestres ascensionados, por exemplo, são seres iluminados e, no entanto, cada um tem sua personalidade e sua especificidade. Jesus, Babaji, Yogananda, Buda Sidarta Gautama, Sri Sathya Sai Baba, São Francisco de Assis (Mestre Kuthumi) são exemplos de pessoas que atingiram a Iluminação. No entanto, apesar de cada um deles ter atingido a realização plena da sua Alma e de terem rendido de forma completa o seu ego à vontade da sua Alma, logo de Deus, não deixaram de ter individualidade.

Assim, existem infelizmente diversas pessoas no caminho da Espiritualidade que restringem a sua evolução espiritual devido à crença de que se atingirem a Iluminação, vão perder a sua individualidade e vão fundir-se com o Todo, isto é, com Deus, de forma que vão desaparecer no oceano da Fonte. No entanto, isso não corresponde à verdade. Buda quando se iluminou aos 35 anos debaixo da árvore Bodhi, não desapareceu. Continuou a ensinar e a curar até aos seus 80 anos, idade em que deixou o plano da matéria. A Iluminação significa realizar, experiencialmente, que tudo e a própria pessoa são uma manifestação de Deus e render a vontade do seu ego à vontade de Deus. O ser que se iluminou não deixou de ter ego. Apenas, passou a subjugá-lo à vontade de sua Alma. A evolução da Alma é infinita e mesmo para os seres que já atingiram a Iluminação, continuam a poder evoluir, embora em missões adequadas à grandiosidade de suas almas tais como servir de mestre num planeta, libertar toda a mente de uma civilização inteira através do seu exemplo e seus ensinamentos e outras tarefas de grande porte, em geral, de importância planetária, estelar ou mesmo galática. A função dos mestres é percorrer o caminho e depois mostrá-lo às suas dezenas ou centenas de milhões de seguidores.

Assim, a pessoa que busca a Iluminação, deve compreender que atingir a Iluminação serve apenas para se tornar ainda mais útil ao propósito do Todo e não unicamente para se fundir nele para seu deleite eterno e particular. Esse é o único desejo da Alma – compaixão eterna e universal. Por essa razão, por vezes, só pode satisfazer esse desejo através de encarnações na matéria para ajudar aos seus semelhantes nessa condição. Então, de quando em quando, encarnam grandes mestres que já tinham atingido a Iluminação em vidas anteriores para ajudar todo o povo de uma civilização a avançar espiritualmente. Caso contrário, como poderia regozijar-se qualquer mestre iluminado, sabendo do sofrimento porque passa a humanidade, sofrimento esse, obviamente, auto-imposto através da ignorância, dos desejos e do apego, sem que quisesse ajudar essa civilização a avançar? Por essa razão, o trabalho de toda a Alma não iluminada é atingir a Iluminação, e o de toda a Alma iluminada é ajudar todas as outras não iluminadas a atingir a Iluminação. Dado que Deus cria Almas a todo o momento, a cada nanosegundo, existem milhões de novas almas não iluminadas a serem criadas por Deus. Assim, podemos deduzir que o trabalho de todas as Almas desde o momento de sua criação pela Fonte é infinito. À medida que cada Alma vai evoluindo através da experiência da reencarnação, vai procurando novos desafios condicentes com o seu grau de evolução.

No entanto, à semelhança do que já acontece com algumas pessoas do nosso quotidiano que gostam daquilo que fazem profissionalmente, o trabalho não tem que implicar sofrimento. Pelo contrário, pode ser realizado com alegria. Mesmo algum trabalho que implique sofrimento por parte de quem o realiza, pode ser amenizado quando se encontra um propósito maior nesse sofrimento.

Em Mateus 11:29-30, encontramos a seguinte afirmação de mestre Jesus:

29 Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para a vossa alma.30 Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.

Dada a difícil missão de Jesus naquela encarnação há cerca de 2000 anos atrás, só poderemos compreender que o seu jugo era suave e seu fardo leve, dado que naquele momento, já estava num estado de consciência tão elevado que compreendia que toda e qualquer dor e sofrimento valeriam a pena no final, por um bem maior e que nenhuma dor ou sofrimento era maior que a sua compaixão pela humanidade. Ele agia como se o sacrifício pessoal que ele antevia nos seus derradeiros momentos fosse, na realidade, um privilégio divino a ele concedido.

A Iniciação à Consciência da Alma é particulamente útil para limpar a emoção de medo associada à dissolução do ego, presente no chakra da raíz. Esta iniciação permite o aluno do Curso de Cura Ascensional sentir uma das 3 qualidades da Alma – o Amor. As qualidades da Alma são a Mente Superior/Sabedoria, o Amor e a Vontade divina – as mesmas da representadas pela Chama Trina. Na Chama Trina, o Amor é representado pela pluma rosa, a Vontade divina pela pluma azul e a Sabedoria pela pluma dourada.

No que tange ao aspecto da rendição do ego à Vontade divina, há resistências a considerar, nomeadamente, a ideia de que rendição significa fraqueza, ser subjugado ou submetido ou, simplesmente, abdicar da vontade própria. Esta ideia, evidentemente errada, normalmente habita as mentes das pessoas que têm problemas com figuras de autoridade (os pais, a polícia, os professores na escola, superiores hierárquicos na empresa entre outros) e que confundem render o ego à Vontade divina com rendição a uma autoridade externa. Quando se fala em rendição do ego, refiro-me a render-se perante a autoridade da sua Alma, não a uma autoridade externa ao leitor.

Devemos igualmente lembrar que a Alma é sempre pura e que é a personalidade da pessoa que, por vezes, toma más decisões e assume diversas fraquezas morais. O objetivo de evolução é limpar as impurezas da personalidade para que a luz da Alma possa brilhar através da personalidade.