O ritual do Elegbara para me dotar da capacidade e domínio de projeção astral consciente não me faria mal, se as minhas crenças implicam que eu não prometi nada em troca a Elegbara para que esse orixá me ajudasse. Assim, se ele quiser ajudar ou não, é da conta dele, porque ele sabe que eu não lhe prometi nenhuma oferenda em troca.

O facto de na Umbanda e no Candomblé se acreditar que ele, senhor dos 4 caminhos, é um Orixá ciumento que exige ser o primeiro a alimentar-se da oferenda, antes dos restantes orixás, é apenas uma crença limitante que colocaram na mente de quem segue a Umbanda e o Candomblé. Forças da Natureza (Orixás) não têm personalidade humana. Quem tem personalidade, são os espíritos que podem responder em nome dessas divindades.

Assim, fica ao critério da pessoa que faz o ritual, fazer uma oferenda ou sacrifício ao Orixá a quem pedíu o favor. Se a pessoa acredita que se trata de uma troca de favores e não que o Orixá represente uma faceta de Deus, sendo que Deus é Amor Incondicional o que, por conseguinte, implica que não tenha de receber nada em troca para nos poder dar tudo, então a pessoa cria uma crença limitante em si e, se chegar a fazer efectivamente o ritual, caso não cumpra com a oferenda, ou acredite que a oferenda não fui suficientemente generosa para o Orixá ficar agradado, passa a acreditar que haverão represálias por parte desse Orixá, represálias essas que poderão implicar danos para a sua vida a vários níveis bem como a cessação da eficácia do ritual realizado.